5 coisas que eu não sabia sobre...

DAVID LYNCH

Sabe aqueles filmes que causam estranhamento, dão nó na cabeça e te deixam com cara de bocó? Pois bem: aposto que Cidade dos Sonhos ou Veludo Azul estão entre eles. Para quem não sabe, são dois dos mais conhecidos filmes do diretor americano David Lynch, que também fez na TV o seriado Twin Peaks. Mas vamos aos fatos. Estou fazendo um curso livre de cinema aos sábados intitulado "Grandes Diretores de Cinema". Já passei por Hitchcock (muito querido por mim), Kubrick (um dos que mais me empolgou), e Truffalt (um cineasta terno). Nesse sábado foi a vez de pirar com o Lynch. Quem quiser conhecer esses dois filmes eu aviso: tenha paciência, não se feche para as maluquices do roteiro e preste atenção nas imagens e na trilha sonora. Ela pode ajudar a entender melhor do que se trata a trama. Deixo aqui minhas cinco observações sobre o diretor, na esperança de ajudar mais alguém (além de mim mesma, claro) a entender os filmes. Vamos lá:
  • David Lynch tem formação de artista plástico. Portanto, você vai encontrar muitas referências a pintores e movimentos do gênero. Andy Warhol com sua pop art e Norman Rockwell, um americano que retratava o "american way of life";

  • É um diretor extremamente nacionalista: por isso mesmo gosta de tratar dos estereótipos do cinema americano de maneira subversiva, como se mostrasse a sujeira que o puritanismo ianque esconde embaixo do tapete. Você pode perceber isso em Veludo Azul, principalmente, filme que joga com preceitos das décadas de 80 e de 50.


  • Em Cidade dos Sonhos você encontra uma das melhores cenas de sexo de Hollywood. Detalhe: protagonizada por duas mulheres, personagens de Naomi Watts e Laura Harring.


  • Fique atento: Em Lynch as grandes revelações da trama sempre acontecem depois das sequências de sexo. É como se ele libertasse a história do lado "bonzinho" e fizesse a trama emergir na podridão escondida debaixo do tapete. E é dessa maneira que sempre aparece a verdade;

  • Por ser um artista plástico de formação, Lynch cria histórias que misturam muito o sonho com o real. Por isso fica difícil entender a história, muitas vezes. Dica: não acredite em tudo que o filme te conta e preste atenção nos diálogos. Eles ajudam a indicar que aquela cena é um sonho ou então ela é uma projeção de algo que o personagem gostaria que estivesse acontecendo.

Ufa! Espero que não tenha ficado um texto "cabeção". Mas eu estou empolgadíssima com esse assunto de grandes diretores... Se você já viu um filme de Lynch, deixe seu comentário vaaaaaai!

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas sabe o que eu gosto mais desse diretor? Dos "cabeça de coelhos"...kkkkkkkkkkkkkk ahan!

Fabio Camarneiro disse...

Tem uma coisa interessante: os americanos adoram juntar os anos 50 e os 80 para criar uma ilusão de "continuidade" e passar por cima das décadas de 60 e 70 (ou seja, da contracultura e do Vietnam, do assassinato de Kennedy e do escândalo de Watergate).
Lynch faz exatamente isso em Veludo azul, mas mostrando tudo que essa "história recontada" jogou para baixo do tapete.
Também não podemos esquecer que Veludo azul foi feito durante o governo Reagan, um dos mais conservadores da história norte-americana recente.

Anônimo disse...

Gente, olha como eu sou FINA! Meu próprio professor esperto comenta no meu BLOG!! Que luxo! Fabio, vc vai me emprestar aqueles livros do Lynch não vai? Prometo que cuido bem deles!!!
Beijos