Esta semana assisti, pela décima vez eu acho, ao filme
Infidelidade. Para quem nunca ouviu falar, é uma produção com o Richard Gere, a Diane Lane e o ator francês
Olivier Martinez (humm!) feita em XXX. A trama basicamente é: mulher casada há uns 20 anos - que mora no subúrbio de Nova York numa casa linda, espaçosa, com um filho fofo e inteligente e um marido dedicado - acidentalmente esbarra em um jovem francês no descolado bairro do Soho e sucumbi a uma atração fatal. (Veja bem, não é à toa que o diretor, Adrian Lyne, é o mesmo de
Proposta Indecente e, pasmem,
Atração Fatal, dois famosos dramas americanos sobre infidelidade).
Apesar dos clichês - amante charmoso francês, marido americano bem-sucedido, dona-de-casa em busca de aventura para sua vida monótona -, eu gosto desse filme. Primeiro porque ele tem
boas cenas de sexo; segundo, porque acho que apesar de um pouco previsível, o roteiro é honesto. O tédio no casamento quase perfeito, o amor ao marido que vai para segundo plano diante da aventura sexual, o sentimento de culpa tão típico das figuras femininas lutando contra a vontade de ser egoísta e viver apenas para o affair que contrasta com o mundo suburbano.. tá tudo lá. É "Soho X cerquinhas brancas", "Richard Gere X Olivier Martinez" (
Angelina Jolie costumava sair com ele de vez em quando), "a rotina X a aventura"... Opostos, todo o tempo.
SOBRE INFIDELIDADE...
Depois que o filme acabou, fiquei pensando sobre ser infiel. O que isso exatamente significa? Um pensamento é infidelidade? Desejar outro, lá no fundo, é trair? Ceder a um impulso merece condenação?
Tem gente que é adepto daquela máxima: longe dos olhos, longe do coração. Eu já pensei sobre isso e acho que é válido. O pior problema da infidelidade é a perda de confiança de um no outro. É preciso querer muito para remendar aquilo que foi maculado. Tem gente que diz que nunca perdoaria, mas eu acho que não é bem por aí. Eu já traí, confesso aqui. Foi uma questão pessoal: se eu pudesse estar com outra pessoa, sem pensar naquela com quem tinha o compromisso então era porque acabou tudo. No fim, não quis nem um, nem o outro, precisava mesmo é ficar sozinha.
Apesar de talvez ser uma aventura para quem a faz, ser infiel é algo bem triste no final das contas. É um caminho sem volta e você fatalmente vai perder o controle. Se o sexo for muito bom, pode ficar dependente; se a companhia for muito boa, pode ficar dividida. O outro, aquele que foi traído, certamente carregará essa marca por um bom tempo, afinal, foi uma quebra de confiança. E em tempos tão estranhos como esse, confiar de verdade em alguém é um luxo mesmo nos relacionamentos amorosos. Me arrisco a deixar uma frase polêmica e espero que ela não se volte contra mim (afinal, tenho namorado e se ele fizer alguma coisa faço picadinho dele): não atire a primeira pedra em quem traiu. O próximo infiel pode ser você.