Chegou, chegou, tá na hora a alegria.
No circo tem palhaço, tem, tem todo dia.”
Em 2007 eu não fiz absolutamente nada. Casa-trabalho-casa. Uma das minhas resoluções de ano novo incluía mexer um pouco mais o corpo. Já que eu odeio academia, pensei: “Vou seguir minhas raízes”. Palhaça? Sabia que você tinha pensado nisso. Mas não. O que me atrai no circo são aqueles tecidos...
Há umas 3 semanas fui fazer uma aula-teste na Academia Brasileira de Circo. Estava muito empolgada – empolgação, essa, que passou logo no alongamento. Deus, como dói alongar as pernas – ainda mais quando você está muito mais para boneco de lata do que para bailarina. Mas fui firme, agüentei os 20 minutos.
- Em qual você quer começar? – me perguntou a mocinha loira um pouco antipática.
- Pode ser no tecido.
E para lá eu fui. Outro instrutor sentou embaixo do tecido, pediu para que eu enroscasse o pé no pano e subisse. Só. Eu virei o próprio ponto de interrogação. Nunca tinha feito aquilo e ele me pede para simplesmente subir. Depois de uma explicação melhor, devo ter subido
- Posso mudar? Não estou mais agüentando. – disse eu, depois de uns 20 minutos tentando escalar aquilo. Eu estava morta, com dor nas mãos, nas pernas, nos braços.
- Não, pelo menos meia hora. – disse o sargentão.
Fui resgatada por outra instrutora, que avisou o mocinho que era apenas uma aula teste.
Fui para a cama-elástica. Aliás, quase me arrastei até lá. Sabe quando você tenta andar depois dehoras em cima de uma bicicleta? Dá aquela moleza na perna... Parece que o peso do seu corpo está 2 vezes maior. Mas fui!
O instrutor era uma simpatia. Ensinou o jeito certo de pular, e eu fiquei lá pulando... pulando... pulando. Cansei daquilo e fui para o trapézio “parado” (ou coisa assim). A instrutora, mais velha e com um sotaque bem carregado, não era lá aquela simpatia.
- Voccccê já foi no tecccido? – disse ela.
- Sim.
- Então sssssobe.
- ?-(
Óbvio que eu não iria conseguir subir sem a ajuda daquele primeiro instrutor, que apoiava o meu pé.
Depois de amarrada pela cintura – para não ter o perigo de cair e me estatelar no chão -, subi no tecido e fiquei pendurada, segurando o trapézio.
- Agora balanççççça duas vezes, força a perna para frente e para cima e coloca no trapézzzzzzio.
- Ãhn?
Balancei duas vezes e ri. Até parece que eu, na minha condição de bonecão de lata, ia conseguir me dobrar ao meio e me pendurar pelas pernas naquele pedaço de madeira.
- Desculpa, moça, mas me desce. Não tenho preparo físico para isso.
A senhora, que não estava com cara de muitos amigos, deve ter dado graças a Deus.
Como eu não estava sozinha na aula, tive vergonha de ficar sentada (leia vermelha, descabelada, esbaforida, suada). Fui dar uns pulinhos junto com uma menina de uns 10 anos e seu pai. A “brincadeira” era correr e pular numa mini cama-elástica. Meio ginástica olímpica mesmo.
A cada 3 pulos, disfarçava e ia até minha bolsa “tentar” ligar para alguém.
A parte mais gostosa foi bem no finalzinho, quando minha mãe já tinha chegado para me salvar. Adorei aprender a controlar os malabares de bolinhas. É uma delícia. Definitivamente, foi a melhor parte.
- E aí Cris, você vai fazer a matrícula? – perguntou minha mãe.
- Hoje não.
Até hoje não voltei. Não foi por preguiça e nem falta de vontade: não tive tempo mesmo. Bato palmas para os artistas circenses – inclusive para minha avó. Não é fácil, não.
Obs: Lembrando que eu sou totalmente contra circo com animais.
3 comentários:
Querida, circo é uma coisa muito hardcore para pessoas MEGA sedentárias como nós. Acho que a gente deveria começar com algo menos ululante, como bocha, por exemplo. Ou quem sabe finalmente tomar vergonha na cara e contratar um personal LINDO DE DOER!
Criiiis!, brigadu pela visita e tudo... quéridaaa! estou aqui a me dobrar de rir. que história deliciosa! que máximo tu teres família circense! não sou muito "amiga" do circo [nem mesmo do "de soleil", mas acho tudo muito fantástico!]
tu estás certa, eu também "tenho" síndrome do pânico, AINDA, apesar de estar bastante controlada. acho que é uma coisa tipo rinite, com a qual a gente "tem" que conviver.
e nós temos mesmo muita coisa em comum [legal saber!]. eu também não gosto de academia e dar foras e fazer rir é "nossa especialidade", pelo jeito. sabe aquele vendedor de balões? pois é, sou cliente. vira e mexe eu "chuto o balde"... ahahaha...
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