Por menos que você queira, sempre haverá um cheiro, uma música ou um gosto que suscitará uma lembrança. Elas podem ser boas ou ruins, mas sempre estarão lá em forma de déjà vu. Num exercício de pensamento, onde as gavetinhas estão muito próximas, deixo minhas lembranças fluírem.
O cheiro do cachimbo do meu avô; o sabor e a textura do sorvete de flocos numa noite especial de sábado; o gosto de Halls vermelho no ponto de ônibus; o perfume que ficou na minha blusa depois daquele show; o cheiro de cigarro velho - que embrulha o estômago - daquela casa ; o odor nauseante do banheiro do hospital; o voltar à infância do cheiro de roupa guardada; a sensação de frescor e o aroma delicioso do creme de framboesa com mirtilo que remetem à África; o gosto de Trident verde do tempo dos encontros da sala de bate-papo do UOL.
Posso ficar horas contando minhas lembranças em forma de sentidos. Me conte as suas.
2 comentários:
Crizocas, eu tenho uma memória olfativa muito boa, sabe. Ela é quase que minha verdadeira memória sobre as coisas que aconteceram na minha vida. Lembro do cheiro do meu namorado, do cheiro do café que eu tomei em Miami, do cheiro da roupa que eu vesti quando fui pra minha festa de formatura. De vez em quando, tenho uns déja vu de cheiros. Ou seja, lembro do cheiro de uma maneira tão forte que começo até a senti-lo. É impressionante! E muito nostálgico também...
Adorei o post!
Ah... Tem horas que eu gostaria de ser uma sinesteta (é assim que se fala?). Sabe, misturar os sentidos...
Relembrar o sabor do carinho de papai, o cheiro de suas frases engraçadas , sentir nas pontas dos dedos a textura suave que foi ouvir sua tussidinha qdo saiu de mim.
Mas me contento com sonhos que me fazem sentir que ainda estou lá...
Mami
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