Minha nada mole vida


















04/12/2007

Acordei.

Droga! Acordei antes mesmo do despertador tocar às 6h45 da madrugada. Sim, da madrugada. Deus, quanto esculpiu os Mandamentos em tábuas de pedras, escondeu o 11°: Não acordarás antes das 9 horas da manhã, sob pena de multa divina.



Pedi café na cama e o tomei de olhos fechados. Sono. O motorista chegou 15 minutos antes do previsto, enquanto eu dormia no chuveiro. Apressei-me. Coloquei uma calça jeans, um tênis All Star branco e sujo e uma blusa cinza meio-calor, meio-frio.



- Vai fazer calor – disse minha mãe.



Tirei a blusa e vesti uma blusa bem summer, verde-musgo com flores laranja. Como é de praxe, peguei minha jaqueta-surrada-preta-cinza-de-zíper-que-eu-amo. Meu destino: Teatro Raul Cortez, numa rua paralela a 9 de Julho.



- É por aqui, já estamos chegando – me assustou o motorista, afinal eu tinha colocado meu óculos-escuros para dar uma cochilada enquanto ele tentava driblar o congestionamento – que eu não vi – da Tiradentes.



Cheguei. Lugar bonito. Reparei que as pessoas estavam bem vestidas demais para jornalistas em um fórum sobre mídia digital. Burra, eu. A maioria eram marqueteiros, publicitários e diretores. Olhei para a meu All Star e desejei que eles se transformassem em um sapatinho alto de bico redondo, bem menininha – casava perfeitamente com a minha blusa bem summer verde-musgo com flores laranja. Respirei fundo e fui. No meio daquela gente tão arrumada devia existir um ser como eu.



Sorte. Fui acolhida por uma diretora super boa gente da editora em que trabalho. Tomei o segundo café da manhã – dessa vez acordada – e entrei no teatro para assistir palestras muito boas, com pessoas competentes e sabidas.



Deus, como comi. O almoço, a sobremesa e o cafezinho da tarde estavam ótimos. Pena – ódio - que eu ainda tive que ir trabalhar. 12 horas na ativa.



Deitei na cama e dormi como uma pedra. Agradeci por poder acordar todos os dias às 9 da manhã. Amanhã, pensei, quero acordar é às 11!



05/12/2007



- Ai Cris, ai Cris, ai Cris – aparece a minha mãe tremendo os braços, pulando e com cara de terror na penumbra do meu quarto.



- Pelo amor de Deus, o que aconteceu – me apavorei.



Explico: todas as vezes que minha mãe me acorda assim, algo de muito ruim aconteceu. Ou ela decepou um dedo com uma faca de pão, ou a Tainá (minha gata) está presa para fora da janela no segundo andar -um dia conto essa história -, ou ela está tendo um super-mega-sufocante ataque de pânico.



- Ai, sabe o que aconteceu? Eu fui abrir a varanda do meu quarto e uma lagartixa gigante caiu em cima de mim e da Gui (a mini-gata). Ela andou nas minhas costas. Lagartixa morde?



- Que horas são? Disse eu, com um olhar fulminante.



- 7 horas.



- PQP. Você quase me matou de susto por causa disso?

Nisso, eu já tinha perdido o sono. Pelo menos minha mãe trouxe o café na minha cama para se redimir.

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