Uma nota de dois dólares

Era uma vez uma pessoa que descobriu ser uma farsa. Quando a persepção para tal verdade aconteceu, ela estava sentada diante do computador, falsamente trabalhando no meio da tarde. Quer dizer, realmente achava que trabalhava, mas depois que a ficha caiu percebeu que não era nada disso. Afinal, de verdade, sua alma nem estava lá.

Essa pessoa fez escolhas erradas e rumou para lugares que não deveria ter ido. Pensou nos outros antes de si mesma, como costuma fazer. Um erro crasso para quem vive em guerra. Foi seguindo, seguindo, até ser confrontada com o fato de que sua farsa estava ruindo. E não tinha para onde correr. Não tem onde se esconder. Ou encara, ou foge para as colinas.

Todos nós fingimos ser alguma coisa que não somos na realidade. Seja para agradar aos pais, primeira instituição da sociedade a nos julgar e nos cobrar; seja para conseguir amigos e ser "popular" na escola; seja para manter um relacionamento quando não se tem certeza do sentimento do outro. Em alguns casos, pode acontecer quando você finge ser alguém que não é para você mesmo. E daí faz escolhas erradas as quais, lá na frente, não tem como consertar.

Uma farsa pode durar anos até que um acontecimento chocante confronte você com ela. A farsa é um esconderijo que se inventa para enterrar as ambições e as frustrações. É mais fácil apenas parecer do que ser. Estou cansada de ver gente agir assim. Acontece que enquanto uns realmente acreditam naquele personagem que criaram, outros sabem muito bem que estão mentindo para si mesmo e para o mundo.

Eu sou uma farsa como jornalista. Deveria ter sido médica.

1 comentários:

Anônimo disse...

Lu, você não é uma farsa como jornalista. Vc só achou que ia ser uma coisa, e foi outra.... isso já aconteceu com todas nós.. e ainda vai acontecer. Novos ares, novos rumos, novas coisas surgirão. Don't worry, gata!