Chamando Dra. Luciana na recepção

Eu queria ser médica quando estava no meio da minha adolescência. Adorava biologia na escola, lia os capítulos muito antes da professora entrar na matéria. Era muita curiosidade sobre como tudo funcionava. Decorei até mesmo botânica, que era a parte que eu menos preferia. Certa vez, fiz um trabalho sobre vírus e bactérias e delirei! Havia até mesmo os modelinhos de cada tipo de bactéria feitos em massinha de modelar.

Pois bem. Eu cheguei a ir até a Faculdade de Medicina da USP. Mexi nos cadáveres, vi os órgãos, os corpos esquartejados para estudo. Minhas amigas da época, que iam fazer fisioterapia, nem conseguiam suportar o cheiro do formol. Sai de lá decidida. Medicina. Seria uma neurocirurgiã. Dra. Luciana Borges, já imaginou?

O sonho durou um dia. Cortei o dedo com uma faca de pão, tomando café da manhã. O sangue me deixou meio angustiada e pensei que, se visse ele aos montes, provavelmente desmaiaria em cima do pobre paciente. Fim de caso, nada feito.

Me tornei uma jornalista.

A fixação pela medicina continua. Sábado, levei meu cachorro para fazer exames (ele é um vovô cachorro agora e está com a saúde um tanto frágil). E achei o máximo os veterinários supercompenetrados andando para cima e para baixo com seus jalecos estampados com patinhas caninas.

Outra maneira de alimentar meu desejo recolhido é ficar assistindo a séries médicas. Sou fã de todas. Umas mais, outras menos, mas costumo parar de zapear os canais quando vejo um galã nas salas de cirurgia da ficção. Atualmente, Grey's Anatomy é a minha preferida, mas tem espaço para House... e os médicos de outras séries, como o Jack, do Lost, também ficam entre meus favoritos.

Hoje estou aqui: jornalista em estado de coma. Caso perdido, receita extraviada. Em busca de uma segunda opinião para o meu caso.

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