Era começo de noite na periferia de São Paulo. Seis jovens, com idade média de 24 anos, conversavam animadamente entre cafés, pães de queijo e doritos. Nem parecia uma quinta-feira nublada e estressante de trabalho. Quem os via de fora, jurava que eram grandes amigos, tamanha era a empolgação. No mix juvenil, metade era jornalista, metade designers.
Entre risos e engasgos, surgiu um assunto um tanto inusitado para aquela situação de extrema descontração: “Fulana, você trocou de remédio e está mal humorada”, disse uma jornalista à outra. “Falou a normal da cabeça que faz terapia e toma remédio para depressão”, retrucou imediatamente. “A psiquiatra trocou minha paroxetina por fluoxetina e deu nisso”. “Fluoxetina é ótimo”, cortou logo uma das designers.
Até ali, três das seis pessoas já tinham dado pelo menos uma passadinha rapida no psiquiatra.
“E você, já foi ao psiquiatra?, perguntou a repórter ao único designer homem sentado a mesa. “Claro”, disse ele. “Ano passado tirei até licença de dois meses para me tratar. Cheguei a passar uma semana no quarto sem ver ninguém”.
A última designer também já tinha se rendido aos desprazeres da vida. “Minha psicóloga me disse: ‘Se você não melhorar até a semana que vem, te encaminho para o psiquiatra’”. Ela melhorou rapidinho.
Vamos às contas: três mais dois é igual a cinco. Para seis, falta “uma”. E lá estava ela, calada e contida. Quase como um desabafo, a última jornalista disse: “Eu nunca fui ao psiquiatra ou ao terapeuta”. “Ainda”, pensaram todos.
Afinal, quem é mais louco? A maioria - que está dentro da gorda estatística de pessoas que sofrem de depressão, síndrome do pânico e estresse crônico -, ou apenas aquela solitária jornalista - que nunca teve um acesso de medo deste mundo capitalista e violento.
E a conversa continuou mais animada ainda...
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8 comentários:
Adooorei.. e não largo meu citalopram por nada! Volta pra sua paroxetina, vai???
Na verdade, todo esse lance do café foi só uma desculpa para uma grande terapia em grupo, que pelo jeito não deu certo, continuamos todos maluquinhos... um pouco mais felizes, talvez diminuindo a carga de remédios, mas ainda felizes... até a próxima recaída! hehehe Beijo ao trio internético!
Tb adorei trio internético.... outro codinome para esse nosso bloguinho! Valeu pela visita, Ri!
recebi esse blog na indicação de uma amiga, ops, é irmã....na verdade eu nao vou no psico-nada por que tenho certeza que serei imediatamente internado, senao ateh achava legal
bjos
ô Edinho, é por esse motivo, também, que a sua irmã num vai... hehehe
Cris, adorei esse blog. Vcs esto de parabens!!! Muito engracado...rs
Congratulations!!!
bjs
Simone
Epa Ferradura, como vc descobriu que eu estou fugindo do psico-analitico-cólogo???
Simplesmente pq vc usa a psicóloga da Fabri sem ela saber.... heheeh
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