Fui eu que insisti: "Marcela, conta essa história no nosso blog, por favor!!!". Ela atendeu ao meu pedido, ainda bem. Com vocês, mais uma convidada do As Esforçadas: Marcela Farrás e sua incrível e deliciosa éxperiência no frio canadense. Obrigada, Má!
Logo que cheguei à ilha quebecoise, pensei: “Aqui é frio, mas não tanto quanto me disseram! Bando de pessoas exageradas”. Montreal seria fichinha! Hohoho...
Durante meus primeiros dias, questionei bastante a fama de geladeira do local. Até que meu mais novo amigo de infância Fábio conseguiu me amedrontar um pouco com seu discurso sobre os –20°C. Sempre que falávamos sobre temperaturas negativas, ele dizia “Frio de 20 graus negativos é horrível! Não dá pra sair na rua, tudo congela... Você anda de costas para o vento não te carregar e congelar os olhos”, e eu só pensava “Exageraaaaaaado!”.
Finalmente, o dia da minha iniciação ao frio congelante chegou! Ao sair de casa – ainda quando eu trancava a porta – senti minhas sobrancelhas, meus cabelos e (eca!) os pêlos do meu nariz congelarem. Não era um frio absurdo, eu estava bem com o casaco e as botas para neve, mas a sensação de congelamento do rosto foi desconfortável.
Choque superado, coloquei um cachecol sobre meu rosto e percorri cerca de 300 metros na rua, somente com os olhos de fora. Finalmente entrei no metrô, aliviada por completar o percurso mais gelado da minha vida. Passei a mão nos olhos e senti uma camada de lágrimas congeladas nos cantinhos. Quando tirei o cachecol do rosto, percebi que ele estava meio duro... O vapor da minha respiração tinha congelado o tecido. Será que eu sobreviveria a dois meses e meio de geladeira? Chegando na escola, conferi a temperatura: -21°C. Bem que o Fábio disse...
O contato com os –21°C foi marcante, mas nada supera o dia em que eu senti um frio de 34 graus negativos. Quando saí de casa, percebi que o congelamento do meu rosto foi diferente – forte a ponto de eu perder a capacidade de articular os músculos da face e, conseqüentemente, enrolar um pouco a língua para falar. Desde que fosse breve, isso não me incomodaria... Eu só precisava caminhar os 300 metros de todos os dias até chegar ao metrô, um lugar tão quente que me fazia até transpirar.
O começo da caminhada foi tranqüilo. Suportável até o momento em que começou um vento absurdo! Não tive escolha, virei de costas para não ter meu rosto congelado de fato e para conseguir vencer a força do vento contra os meus joelhos. Durante a ventania eu pensava em todos os alertas que meu amigo Fábio tinha feito e me culpava “Eeeeeee Marcela, quem mandou você duvidar do menino? Agora está aqui, congelada, cambaleando de costas”.
Depois dos –34°C, jurei nunca mais dizer que estou com frio, que minhas mãos estão congelando ou que um ventinho à la Monte Verde é forte. Sem dúvidas, todas as pessoas DO MUNDO deveriam passar por essa experiência pra conhecer um clima de freezer – porque geladeiras são até quentinhas perto disso.
8 comentários:
Foi um prazer absurdo relembrar tudo, Lu!!!
Beijos para as minhas queridas esforçadas =*
Que delícia de estória!
Beijocas,
rsrs...meu irmao tb conta algo parecido qdo foi para Moscou!!!
Prazer e bjo´-Cá
Sempre leio vcs.....
Adorei!
Beijos e bom findi!!!
Caramba, não tenho nem idéia do que seja um frio de menos-qualquer-coisa !
Espero que vc tenha curtido muito, apesar do frio !
Heheheh alguém sabe o que eu sinto no inverno aqui no Polo Austria. Mas o verao é bem pior que o fim de inverno quente e seco em Brasília. Mas eu ja nem reclamo só rezo para a loja mais próximar ter um ar condicionado. E alguém lembrar e ligar. Nesse mundo sem refrigeracao.
Adorei!!!
Bjs
Ana
Deve ser uma linda e congelante experiência..haha..
Adorei o post...
Regina.
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