Eu estive no Inferno

Estive no Inferno, e lá as meninas beijam meninas e usam cinto de tachinha. Os meninos são um misto de White Stripes, Beatles e The Strokes. A música é tão alta e ruim no Inferno, que deixa o seu cérebro solto. Mas se eu não morri, o que é que eu fui fazer lá? Assistir ao show do Luxúria.


Serei uma menina boa para nunca mais voltar para lá!

Somos todos loucos (?)

Era começo de noite na periferia de São Paulo. Seis jovens, com idade média de 24 anos, conversavam animadamente entre cafés, pães de queijo e doritos. Nem parecia uma quinta-feira nublada e estressante de trabalho. Quem os via de fora, jurava que eram grandes amigos, tamanha era a empolgação. No mix juvenil, metade era jornalista, metade designers.

Entre risos e engasgos, surgiu um assunto um tanto inusitado para aquela situação de extrema descontração: “Fulana, você trocou de remédio e está mal humorada”, disse uma jornalista à outra. “Falou a normal da cabeça que faz terapia e toma remédio para depressão”, retrucou imediatamente. “A psiquiatra trocou minha paroxetina por fluoxetina e deu nisso”. “Fluoxetina é ótimo”, cortou logo uma das designers.

Até ali, três das seis pessoas já tinham dado pelo menos uma passadinha rapida no psiquiatra.

“E você, já foi ao psiquiatra?, perguntou a repórter ao único designer homem sentado a mesa. “Claro”, disse ele. “Ano passado tirei até licença de dois meses para me tratar. Cheguei a passar uma semana no quarto sem ver ninguém”.

A última designer também já tinha se rendido aos desprazeres da vida. “Minha psicóloga me disse: ‘Se você não melhorar até a semana que vem, te encaminho para o psiquiatra’”. Ela melhorou rapidinho.

Vamos às contas: três mais dois é igual a cinco. Para seis, falta “uma”. E lá estava ela, calada e contida. Quase como um desabafo, a última jornalista disse: “Eu nunca fui ao psiquiatra ou ao terapeuta”. “Ainda”, pensaram todos.

Afinal, quem é mais louco? A maioria - que está dentro da gorda estatística de pessoas que sofrem de depressão, síndrome do pânico e estresse crônico -, ou apenas aquela solitária jornalista - que nunca teve um acesso de medo deste mundo capitalista e violento.

E a conversa continuou mais animada ainda...

Chega, chega, chega....

Chega logo quinta-feira, minha gente. Calma, não é por causa do final de semana (ou melhor, é só meio motivado pelo descansinho de dois dias, sim!). É porque toda quinta-feira virou sagrada a minha maratona de "House", uma das únicas pessoas mal-humoradas que eu suporto conviver (hahaha, até parece que ele é meu amigo de todos os dias....). Mas, enfim, é a verdade! Adoro o mal-humor e a inteligência dele (quem sabe, assim, eu aprenda a ficar menos boazinha, né? Já que nós, as boazinhas, só vão para o céu, enquanto as más vão pra onde elas quiserem, já dizia o nome do livro...) e de quinta, ficou sagrado: pegar a terceira temporada na Universal, pular para a segunda na Record na seqüência e, por fim, quando estou brigando com o sono, pular novamente para a Universal e assistir à reprise da primeira.

Sim, virei uma megalomaníaca. Nunca imaginei que isso fosse acontecer! Sempre olhava torto para toda e qualquer pessoa que falava “ah, não posso perder o capítulo de Lost” ou “vou comprar a quarta temporada inteira de Sex and the City”. E olha que gosto de Sex and the City, mas ainda não consegui assistir a todas as temporadas... Mas sucumbi ao prazer das séries americanas e, cá estou, até perdendo alguns minutos para escrever sobre ela.

Mas a minha empolgação com House leva a um outro pensamento. Como nos tornamos dependentes de coisas que nunca imaginávamos, não? Foi assim com o pager (lembram-se dele???), com a internet (e quem diria que eu iria trabalhar com ela.. eu, que fui ter meu primeiro e-mail quando entrei na faculdade...), com o celular e, por que não?, com as séries americanas agora (que andam superando, - e muito! -, muitos filmes hollywoodianos......). Pois sim, não temos idéia, mas as coisas nos tornam mais dependentes do que deveríamos deixar. Hoje (pago um brigadeiro – hummmmm!!! – para quem disser o contrário) nenhum de nós consegue ficar sem celular. Seja para olhar a hora, confirmar se ninguém, realmente, não nos ligou mesmo (já reparou que ficamos olhando toda hora pra ver se não perdemos uma chamada???), para falar no trânsito, no ônibus. Cada vez que eu esqueço o celular parece que estou alheia ao mundo. Um horror!

Mas vou parar de pensar tanto nessas coisas filosóficas demais (fruto de um livro que acabei de ler hoje....) e voltar a minha ansiedade de House. Que chegue amanhã logo para eu assistir a mais três capítulos e ir dormir feliz e contente (e perder a hora na sexta para a aula das malas professoras velhinhas de Cultura Brasileira..... hehehe).

Para que serve...

Talco? Tirar a oleosidade do cabelo.
Caneta? Fazer um coque.
Escova de dente? Pentear as sobrancelhas.
Lápis de olho? Anotar recados urgentes.
CD? Espelho.
Sabonete? Deixar a gaveta cheirosa.
Xampu? Lavar chão.
Lanterna? Brincar de monstros na parede.
Bom Ar? Perfume.
Bombril? Antena.
Vassoura? Mata barata.
Sal de Fruta? Refrigerante.
Anel solitário? Dar soco.
Vestido com calça jeans? Emagrecer – ou não.
Óculos escuros? Tiara.
Cartão de crédito? Empobrecer.
Açúcar? Esfoliar a pele.
Maça? Comida de gnomos.
Perfume? Passar roupa.
Bichos de pelúcia? Espirrar.
Melissa? Reciclar.
Sangue? Doar.
Pontas-duplas? Para abrir.

O que mais?

Looooooooser

Resolvi postar sobre o fracasso hoje. Não tem razão em particular para isso. Apenas porque assisti à Pequena Miss Sunshine há uma semana. Uuuuuu! Dirão os apressadinhos. Uma vaia para mim que depois de meses está falando desse filme com um atraso quase secular. Muita calma minha gente. É apenas um gancho, como se diz no mundinho jornalístico.

A história de Miss Sunshine trata, basicamente, de uma viagem em família para que a caçula, Olive (a fofa da foto ao lado), possa participar de um concurso de miss que acontece em outra cidade. Ela já está treinando para isso com o avó. Tudo seria plasticamente bonitinho se não fosse o caos em que a pobre menina vive. Seu professor vovô é viciado em cocaína e foi expulso do asilo; a mãe é uma neurótica que mal consegue dar conta de criar os filhos; o pai inventou um tal de 9 passos para o sucesso e fica repetindo essa fórmula de auto-ajuda como se fosse um mantra para tirar a família da falência; o irmão fez um voto de silência porque odeia a família e quer ser piloto de caça-aéreo; e, por fim, o tio volta pra casa depois de tentar o suicídio. Ou seja: todos passam longe da virtuosa imagem do self-made-man (ou woman).

Barra não? O que esperar de um enredo assim?

Eu digo. Pequena Miss Sunshine é uma ode ao fracasso. Porque, é claro, numa estrutura cheia de equívocos como essa, não há outro resultado que não esse. A própria menina se ilude com o sonho de ser miss, mas não percebe que é gordinha e sem graça demais - para o concurso, veja bem, porque ela é uma fofa.

Claro que nem vou chegar perto do final do filme. Isso porque vale a pena ver. Não que você vá sair reflexivo da frente da TV porque a produção, em si, é muito simples. O que vale são os diálogos e a certeza de que, se tudo pode dar errado, vai dar sim. E, no fundo, no fundo, o que se questiona é essa maciça exigência de um "ente superior" que pede para sermos felizes e bem-sucedidos todos os dias. É uma obrigação colocada nas nossas costas. Se você não ganha X, é looser. Se trabalha demais: looser; mas se trabalha de menos, loooser. Se não é rico, bonito e compra calça na Diesel... looooser. Se seu namorado não te busca com um porsche V6 na frente do trabalho, minha filha, você é loooser. Se come uma empada a mais e pensa nas calorias: loooser. Se compara seu shape ao corpicho-esqueleto de Kate Moss, você é loooser porque sempre será mais gorda (graças a Deus) do que ela... E assim caminhamos.

Não há nada de errado em ser looser sabe. Fracasse. Mas fracesse mesmo, com gosto. Dê aquela errada bonita, passe longe do seu objetivo, se jogue na lama, dance no meio da rua da amargura. Como diz uma grande amiga: "se liberta!". Sabe por quê? A vida é isso ai que você está vendo, não tem segredo, não tem esconderijo para voltar e tentar de novo em outra ocasião. Dê a cara a tapa e, por favor, não se sinta culpado se fracassar. Mesmo que você esteja num concurso de miss infantil no qual suas concorrentes pareçam adultas em miniatura e não crianças, vá lá e se apresente. Mostre do que é capaz. Saiba que corre o risco de levar vaia, ovo na cara, tomate na testa e parecer incrivelmente ridícula...

Só que fracassar faz parte da vida e não podemos nos sentir culpados por isso. Aliás, lanço aqui a campanha: abaixo à culpa! E viva os loooosers, baby!

Pensamenos de sexta... no sábado

  • Ainda há luz no fim do túnel?
  • Graziela, nós gostamos de você;
  • Trânsito dos infernos, vou morar em Natal!
  • Começaram as filmagens de "Sex and the City, o filme". Eba! Que felicidade!
  • E, para finalizar, última opinião sobre o meu cabelo: agora sim! Pareço a Tina Turner!

Noite de sexta

Ai, aí.
Sexta-feira, 22h05, e eu praticamente sozinha no andar. A Grá acabou de ir embora, a Lu foi às 17h30 e o resto do mundo sumiu há umas duas horas.
Ouço apenas duas pessoas conversando na redação ao lado.

Para uma sexta, até que minha mesa está arrumada...


Viu como sou esforçada!!!

Ô raSSa do inferno

Jornalista é uma rassa do inferno.
Basta ver un errinho pra correr arrumar.

"Cris, tem uma palavrinha errada no tessto da Lu. Como é que eu posso estar arrumando?"
"Ai, Grá. Vou estar colocando vuxê como adiministrador, tá"

E Graziellen foi lá, correndo, arrumar o deslise da amiguxa Lucy...

Sapatos iguais, tristeza nas despedidas

Engraçado ver a sintonia que as três marias (outro nome deste simples bloguinho... que em outro post, eu conto...) estão. Não basta trabalhar juntas direto, ver a cara uma da outra o dia inteiro, a semana inteira.... tem que vir com sapato e roupas parecidas.... Impressionante! Olha o espelho que eu e a Cris formamos hoje? Calça jeans, blusa verde e melissa dourada!! E a Lu, que mesmo em outro andar, também veio com a Melissa dourada e uma blusinha bege.. degradê total!


Mas a sintonia está além disso, últimamente... Estávamos brincando que nos tornamos as Sex in the City. Mas foi um outro fato que me fez pensar que, mesmo com tudo que a gente passa de ruim trabalhando nos nossos sites, é bom estar aqui com a turma que formamos. Hoje, a Malu (que trabalha aqui) está se despedindo da redação para ir morar fora do país. Ganhou até festinha surpresa e tudo. E chorou. Isso me fez pensar o que eu sentiria se estivesse saindo daqui. A conclusão seria tristeza. Sim, caro leitor... pode parecer masoquismo da minha parte, mas tristeza.

Sou saudosista por natureza. Me apego a lugares, coisas e, principalmente, pessoas. Sei que mudanças são boas sempre. Mas é inegável que sentiria saudades do meu lugarzinho, cheio de tranqueiras, do cafofo apertado em que nos meteram (para sair da minha mesa tenho que dar uma volta por três outras mesas.. se estiver apertada para ir ao banheiro, vai ser complicado!!), das companhias, das piadas no meio do trabalho e dos surtos em dia de fechamento. Até das preguiças e não-vontades de trabalhar e dos horários cruciais da fome (“ai, vamos na lanchonete???” ou “que tal um lanche de queijo quente, mas sem pagar o queijo a mais que pedirmos...” hehehe). Parei pra pensar nessas coisas e vi que tudo na nossa vida, por mais que pareça ruim, tem sempre suas compensações (e não estou sendo “poliana” não...).
Mas ainda não estou saindo (nem as outras duas também), temos muitas melissas e roupas para virmos iguais, e a Malu vai voltar de Portugal em dois anos. Fica tudo certo e o futuro a gente pensa depois, né?

Incursões antropológicas

Salto, salto, salto, salto, salto. All Star, dois pares. Sapatilhas, dois pares. Quatro rapazes, 38 mulheres. Resultado: muito barulho, muito gloss, um cheiro de Victoria's Secret de morango com champagne impregnante.

Esta é minha primeira impressão do novo curso que estou fazendo. Tem a ver com jornalismo para TV. Cheguei, de cara, a duas conclusões: os jornalistas mais metidos a descolados se acham os "caras de TV". E quando você conversa com eles, descobre que são do tipo jornalista feliz (algo que eu nem imaginava que existia). São aqueles que falam alto e com a dicção perfeita, que usam roupas da Cavaleira, que são suuuupersociáveis, te perguntam sobre sua vida toda em cinco minutos, como se estivessem entrevistando você para a próxima pauta. Os candidatos a aparecer na TV - porque no final, minha gente, é isso que o povo quer - são laranjas, vermelhos, roxos. São palpitantes!

Explico.

Os jornalistas de impresso, se você não sabe, são cinzas. Sabe aquele tipo carrancudo, que almoça sozinho lendo um livro (de preferência inglês), ouvindo Ipod e que, jamais - em tempo algum -, irá falar um singelo "bom dia" para qualquer criatura que passe por perto dele? Então... é nesse meio que eu convivo. E te digo, eu me acostumei a ser meio cinza. A ser reclamona, a olhar com ar blazé para as pessoas energéticas (aqueles que não se contém dentro de si e transbordam nos outros). Isso é um fato comprovado pela acidez desse texto, por exemplo, e de muitos outros que ainda virão. É nítido, porém, que me senti meio peixe fora d'água porque não tinha o que fazer com esse meu mau humor humor jornalístico de quem não aparece na TV.

Não estou aqui julgando meus supernovos colegas de curso. Estou tentando apenas retratar o fruto da minha observação... porque de vez em quando eu desligo do que está acontecendo e daí é só devaneio mesmo. Mas depois de hoje me ocorreu essa questão: será que os jornalistas de TV são mesmo menos carrancudos que aqueles os quais pegam o elevador comigo todos os dias? Menos carrancudos do que eu, certamente são.

Mas quem disse que eu quero me livrar do meu "humor limão*"?

*Humor limão é uma licença poética de Thaiz Kuzman, ex colega de labuta que tem uma criatividade cativante, um sarcasmos envolvente e que nos fazia rir demais nos longos fechamentos de sexta. Vida longa à ruivinha!

Eita, coisinha linda!

Você: "Nossa, que bicho estranho é esse?"
Eu: "É a Gui, tomando seu primeiro banho. Num é a coisa mais fofa e descabelada do mundo?"


Nostalgia

Sempre fui um pouco nostálgica. Na adolescência, ia dormir ouvindo “love songs” – sim, sim, era na antiga rádio Cidade. Pensava nas pessoas que passam correndo pela nossa vida, no amor que estava vivendo, no passado. Chegava a chorar.

Mas as coisas mudam muito com o tempo. Você amadurece e parece que nem conhece mais aquela menininha boba, que morria de ciúmes das amigas e achava que nunca ia crescer.

Um dia desses, no meio da bagunça da mudança de casa, me deparei com a minha caixa de recordações. Achei o meu diário rosa. Desde que usei todas as suas folhas, não escrevo mais sobre minhas lamentações, angústias, desejos... Há dois anos não desabafo no papel.

Dentro do meu “relicário”, encontrei cartas de 10 anos atrás, quando o meu maior problema era achar um pai ou mãe bacana para levar eu e minhas amigas na matinê do Espéria. Li outras que escrevi, mas nunca tive coragem de mandar. Encontrei cartões de Natal de pessoas que quase não vejo mais. Lembranças de ex-namorados. Achei até o saquinho de vômito que usei para escrever sobre a ansiedade que estava sentindo no avião, a caminho de Miami, aos 15 anos.

Pena eu não ter achado muitos momentos bons no meio daquela papelada. Afinal, quando nos sentimos bem, não precisamos desabafar com ninguém, muito menos com um pedaço de papel. Mas vou retomar esse meu vício saudável de contar histórias em uma folha em branco. Quero abrir essa caixa daqui a um tempo e ler que eu também já fui muito feliz.

Mentiras e verdades

Tenho essas crises de mentiras e verdades de vez em quando. Medo de sofrer por descobrir que as verdades em que a gente sempre acredita são meras mentiras. Ou verdades falsificadas, quem sabe?


Filosófico demais? Não, apenas reflexões de uma mente que adora sofrer por antecipação. Sim, eu admito. Busco agulha no palheiro (desculpem o clichê, mas estava isso no meu horóscopo – virtual, recebido todos os dias no email – e achei que se encaixava perfeitamente aqui....). Já dizia a Mari, amiga de longa data, que eu adoooooro caçar problemas. Não concordei com ela de primeira, mas sei que às vezes acontece isso mesmo.


Mas por que todo esse imbróglio? Ah, porque procurei mais pra minha cabeça hoje, e tem a ver com mentira. O que você prefere: uma mentira para evitar uma chateação ou uma verdade que vai te deixar triste? Eu não sei a resposta. Hoje, seria a verdade que me deixaria triste. Mas será que não é importante você saber que alguém pensa em te preservar e não quer te ver pra baixo? A Tha diz que sim... ela, a melhor amiga com pensamento masculino que eu conheço. E você, prefere o que?

Eu, uma Cebolinha

É uma conhecida lenda do mundo feminino a importância que as mulheres dão para os cabelos. Quem nunca reclamou dos fios, do volume, da cor, do comprimento, que atire a primeira pedra. Pois bem. Há três semanas resolvi cortar minhas madeixas (odeio essa palavra). Dar uma “repaginada”, como se diz por aí. Queria tirar o corte “hippie-fugi-da-civilização” e aparecer com um look mais moderninho.

Essa última incursão ao cabeleireiro me fez descobrir que lá é um local muito perigoso. Ludibria você. Quando minha cabeleireira terminou o corte e mostrou o espelho, pensei: “Uau, adorei isso minha gente!”. A alegria durou uma lavada. Me diga: por que nossos cabelos nunca ficam iguais aquele do salão de beleza quando estamos em casa?

Pois bem. Em duas semanas o que ficou lindo estava péssimo. Me senti como a irmã do Cebolinha, com aqueles fiozinhos espetados e me solidarizei com a dor do pobrezinho. Afinal, meu cabelo estava agora tão liso e espetado que parecia ter sido passado a ferro. Ou então, dava a impressão de que eu mesma tinha cortado ele com aquelas tesouras sem ponta usadas na escola, depois de um acesso de raiva. Ou de loucura.

Fato é, estava quase me sentindo a “Britney descabelada Spears”, tamanha infelicidade com esse tufo de fios que temos no alto da cabeça. Resolvi que não iria esperar crescer, precisava fazer alguma coisa. Liguei novamente para a cabeleireira na esperança de ouvir uma resposta milagrosa para o caso “Cebolinha”, mas ela me saiu com essa: “Olha, vai ver que seu cabelo está ficando liso!”. O quê? Como assim? Desde quando cabelo tem vida própria?

Voltei ao salão, cabisbaixa e um tanto desesperada. Talvez minha única chance seria cortar tudo muito curtinho e ficar com um look “cogumelão”, tipo o atual da Wanessa Camargo. Sentei na cadeira para mais uma sessão de tosa dos fios. É verdade que o resultado ficou um pouco melhor. Mas eu ando muito desconfiada com os salões de beleza agora. A prova de fogo acontecerá quando eu lavar a cabeça. Daí sim! Estou apreensiva. Qual cabeleira freak vai me restar agora? Tomara que eu não tenha que apelar para o corte Victoria-Deborah-Secco-Beckham. Agora entendo porque a Britney surtou depois de raspara cabeça.